Meu Amor, ELES não sabem o que dizem.
Dizem por aí que a paixão acaba. Ao fim de uns meses ou de poucos anos, mas acaba. Que é uma “patologia” que nos faz perder a individualidade, o raciocínio e a razão. Que se gasta com o tempo e o conhecimento mutuo, que debilita a mente, que se traduz num vício e num sedativo. Dizem por aí os médicos, os psicologos e os demais entendidos. E eu digo que não. Digo que após 2368 dias contigo continuo a precisar infinitamente de ti, a perder a razão por ti, a sentir saudades imensas, a desejar-te cada vez mais, a sentir o coração apertadinho de felicidade, a ter borboletas na barriga, a perder-me em nós.
No seu “Elogio ao Amor”, o MEC diz que “já ninguém aceita amar sem uma razão”, ama “porque dá jeito”, “porque faz sentido”... E eu digo que não é verdade. Que nós somos tão diferentes um do outro que por vezes, seria bem mais “fácil” afastar-nos. Que é difícil crescer juntos, que é difícil ceder ao outro, que é difícil fazer escolhas mas nós fizemos. Gritamos. Choramos. Passamo-nos muitas vezes. Desiludimo-nos. Perdemos. Discutimos. Cantamos. Mas... Lutamos. Rimo-nos desalmadamente. Vimos coisas novas. Amamos. Experimentamos. Ganhamos.
Dizem por aí que a paixão acaba para depois dá lugar ao amor ou... a nada. Parece que é um sim ou sopas. Paixão ou Amor. Loucura ou Serenidade. E eu digo que não. Porque tu és a minha insanidade e a minha calma, o meu medo e a minha constante, o meu oposto e o meu similiar, o meu amante e o meu melhor amigo. E eu conheço-te bem, os teus defeitozinhos todos, às vezes sei até o que pensas, sei o que gostas e o que fazes por gostar, o que é fácil e o que é difícil, o que te tira a carapaça que insistis em usar, o que devo desenhar no Pictonary para seres só tu a adivinhar, como fazer para te convencer, e mesmo assim, tu consegues superar-te e surpreender-me todos os dias. Não com ramos de rosas ou jantares à luz das velas, mas com pequeninos gestos que me derretem ou me fazem sorrir. Muito. E é por isso que continuo apaixonada, porque te re-inventas e te mostras sempre mais um bocadinho. E porque me conheces, o pacote completo, cheio de qualidades e defeitos. E porque me amas, me fazes sentir única, especial, fantástica. E és tão perfeitinho para mim que quase enjoa. Que quase ameaça passar. Mas não passa e não vai passar. Porque nós não seguimos padrões, nós não somos um cliché. Damos luta, a um, a outro e aos outros.
Por isso, meu amor, eles não têm razão. Não têm e não podem. Não há padrões, não há definições que se encaixem. Somos nós que definimos as nossas regras, o nosso amor, a nossa paixão. Somos só nós.
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Eu sei que devia ter postado no dia 8, dia em que o namorada da Vera fazia anos, mas pronto, vai atrasada mas não falha!
Obrigada Vera!