quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Carta LVII

Sempre pensei que ia ser eterno. Que faríamos croché na velhice. Que seriamos do tipo Batman e Robin ou Bonnie e Clyde ou até mesmo Manuela Moura Guedes e Miguel Sousa Tavares.
Começo a Já Não Te Sentir em Mim. Aos poucos e poucos o sentimento vai-se desvanecendo com pequenos gestos que eram importantes e que os deste a outra pessoa. Sinceramente importo-me, mas finjo que não sinto e que está tudo bem. Sim, porque a tua felicidade “ainda” me interessa e ilude.
Sinto falta daquelas conversas parvas, daquelas mensagens sem conteúdo, daqueles momentos chatos, das conversas sérias, dos passeios de recados de família, de gritos, de gargalhadas e emoções fortes.
Agora sinto receio em falar contigo e tu sentes aborrecimento ao falar comigo. Agora não sei quando tens uma dor de cabeça e tu não sabes quando eu me perco pelo caminho.
A solidão é esquisita e tento substituir-te com milhões de pessoas novas que não me completam.
O significado de amizade é agora uma palavra banalizada no meu dicionário, sem significado e sem utilidade futura. Parece então que o tempo gasto na aprendizagem do croché foi em vão. E não iremos trocar agulhas gigantes nem novelos de lã de variadíssimas cores e feitios.
Peço-te perdão por não ter dado valor quando te tinha. Não peço perdão pelos gestos que fiz para não te perder. Mas agora desisto porque o novelo está no fim e a agulha está prestes a chegar ao momento da ruptura.
Não sei o que fiz , ainda não acredito que já não me sintas em ti e que tenhas desistido de mim. No fundo, lá bem no fundinho, ainda tenho esperança que cumpras a tua última promessa e que me dês um sorriso pela última vez.
E assim, prometo aqui e agora que nunca, mas nunca, deixarei outro alguém entrar assim na minha vida como uma dependência de nicotina de poder incontrolável.

Vou seguir em frente e superar este divórcio com as dicas dadas pela Lua.


Por Eskimo.

6 comentários:

Filipa disse...

Amei o texto...

infelizmente sinto-me ligada ao texto... porque o amor é a maior droga do mundo. depois de consumido dificilmente o deixamos partir da nossa vida... mas o vicio começa por acabar da outra parte a necessidade de o termos parece aumentar de uma forma tao louca tao insana que nos leva mesmo a cometer loucuras e sermos tao cegos...
o amor doi... e quem disse que nao, mentiu...

beijo grande a ti lua... e á esquimo

Sofia disse...

"A solidão é esquisita e tento substituir-te com milhões de pessoas novas que não me completam."
Pois...
(adorei o texto*)

Anónimo disse...

Hey..
Acho que podes sempre rasgar o preconceito e assumir o coracao! Eu largava tudo para estar com alguem como tu! Tudo!

Forca! Vais ser feliz se acreditares.

Mimissas.

Joana | My Pretty Mess disse...

Não te percas nesse "fundinho" de esperanças...
Em frente é o caminho (um cliché, mas é a verdade)!

Joana disse...

esta tao lindo *.*

+_+ disse...

Talvez as coisas nao sejam sempre como as pintamos :D

Há sempre um motivo para as coisas aqcontecerem ...

mas o dialogo e´sempre a melhor soluçao :D

força Eskimo :D