Escrevo-te uma última vez. Eu sei que não me lês e eu nunca te mostrei um único texto meu para ti. Tenho-os todos guardados numa caixa de cartão cor-de-rosa, perdidos entre cartas de amigos, cartas de amor, fotografias e frases que vou pescando nos livros que leio e nas viagens que faço. Nunca me leste porque nunca te dei a ler-me. Tu não ias perceber as minhas palavras como eu não percebia os teus actos. Eu nunca consegui escrever e explicar exactamente o que sentia e tu fazias sempre o que querias sem explicar.
Sabes? Nunca desejei que me esquecesses. Ninguém gosta de ser esquecido, de ser deixado para trás mas hoje sou outra pessoa por isso, percebo mais coisas. Eu só sabia o que era um desgosto de amor pelas novelas, pelos livros, pelas histórias que me contavam entre lágrimas e que eu, muitas vezes, partilhava contigo. Mas as palavras dos outros não doem em nós e foi preciso tu ires embora para eu perceber o que nas histórias se escrevia. A dor, o vazio, a ausência, o rasgo no peito.
Mas hoje escrevo-te porque estou feliz. Hoje sei que nada acontece por acaso e tu não aconteceste por acaso. Eu aprendi muito contigo. Mas aprendi mais sem ti. E hoje sei que podes estar em qualquer lado do mundo que não me incomodas. Sei que podes estar ao meu lado ou na China que o meu coração tem o mesmo ritmo cardíaco. Que podemos estar na mesma sala que o meu pescoço não se vai virar para te procurar. Que podemos estar na mesma direcção e os meus olhos não vão encontrar os teus.
Hoje estás no sítio onde deves estar. Num lugar distante, esquecido, tão longe que o caminho de volta demoraria uma eternidade que eu não tenho. Eu não vou voltar atrás nunca mais na minha vida. Como também não te volto a escrever nunca mais na minha vida. Hoje tenho a certeza que os nossos corpos vão voltar a cruzar-se mas nunca os nossos corações.
Sabes? Nunca desejei que me esquecesses. Ninguém gosta de ser esquecido, de ser deixado para trás mas hoje sou outra pessoa por isso, percebo mais coisas. Eu só sabia o que era um desgosto de amor pelas novelas, pelos livros, pelas histórias que me contavam entre lágrimas e que eu, muitas vezes, partilhava contigo. Mas as palavras dos outros não doem em nós e foi preciso tu ires embora para eu perceber o que nas histórias se escrevia. A dor, o vazio, a ausência, o rasgo no peito.
Mas hoje escrevo-te porque estou feliz. Hoje sei que nada acontece por acaso e tu não aconteceste por acaso. Eu aprendi muito contigo. Mas aprendi mais sem ti. E hoje sei que podes estar em qualquer lado do mundo que não me incomodas. Sei que podes estar ao meu lado ou na China que o meu coração tem o mesmo ritmo cardíaco. Que podemos estar na mesma sala que o meu pescoço não se vai virar para te procurar. Que podemos estar na mesma direcção e os meus olhos não vão encontrar os teus.
Hoje estás no sítio onde deves estar. Num lugar distante, esquecido, tão longe que o caminho de volta demoraria uma eternidade que eu não tenho. Eu não vou voltar atrás nunca mais na minha vida. Como também não te volto a escrever nunca mais na minha vida. Hoje tenho a certeza que os nossos corpos vão voltar a cruzar-se mas nunca os nossos corações.
Por Lua Escondida.
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Porque já era horinha de participar no meu próprio espaço!
E continuem a enviar cartas que eu vou continuar a postá-las! Mais aqui.
11 comentários:
Bonito!
Porque se aprende sempre com uma paixão/amor acabado.
Porque não gostamos de ser esquecidas, mas as feridas curam-se e a vida e o amor continuam.
beijinhos
Que lindo!
Sinto/sei bem o que descreves.
Muito bom.
muito bonito mesmo. a pior dor e a da ausência.
Também acho que já era hora, bolas! E gostei... e quem sabe, um dia... =X
Bonito =)
É tão bom quando finalmente esquecemos, conseguimos pôr os maus momentos de lado e ver que nem tudo foi mau..
Parabens pelo Blog Lua! nunca tinha escrito nada mas adoro... hoje está tudo bem, mas em tempos não esteve. O tempo, esse amigo a quem nunca damos valor, cura tudo! As vezes melhor, outras vezes pior... mas cura.
Parabens
beijinhos
Carlota
Amei. E hei-de chegar a este "ponto" . beijinhos
Nuvem: É mesmo verdade
Inês Sofia: Obrigada! E é muito bom as pessoas identificarem-se com o que nós escrevemos! Mas isto já lá vai, já foi escrito há um ano praí!! =)
Sabor Adocicado: Obrigada e é bem verdade!
katie: Um dia vai ser assim também contigo, vais ver.
incógnita: Benvinda! E sim, é bom sentirmos que, apesar de tudo, valeu a pena.
Carlota: Muito obrigada! E, sem duvida, o tempo cura...pode ser mais ou menos tempo mas cura! Volta sempre!
Petra: Claaaro de vais chegar a esse ponto! Acredita!
Fénix: :) Obrigada!
Gostei muito do post. E talvez saibas a razão pela qual o escreves: é porque demora mesmo a passar. Mas prometo-te, um dia já não precisarás de o escrever. Porque passa:) Um beijinho
Viviane: Obrigada. Felizmente este já passou! A carta tem mais de um ano e foi escrita no dia que o decidi apagar! E resultou :)
Eu faço o mesmo.Escervo,escrevo e escrevo,juro que um dia vou mostrar e ele já me chegou a pedir para os ler,mas quando chega a altura de os entregar perco a força.Parece que as palavras deixam de fazer sentido,e que ele nunca as irá perceber.Como se não tivesse vivido o mesmo que eu,como se eu tivesse passado por tudo sozinha.Enfim,um dia ganhamos coragem.Um dia...
beijinho(a)*
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