quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Carta LXIV

a maneira envergonhada como nos cumprimentavamos. o modo gentil com que me beijavas a testa na despedida. o som da tua voz quente e radiofónica. passar os meus dedos no teu cabelo emaranhado. beijar-te no canto do teu olho direito, mesmo naquele sinal que eu tanto adoro. os abraços quentes e prolongados e sentir o teu suspiro no meu pescoço. contornar as tuas sobrancelhas com os meus dedos. a forma como trincavas o lábio inferior quando estavas concentrado. as tuas imensas expressões faciais quando falavas e aquele sorriso! aquele sorriso matreiro mas tão genuíno. a maneira cómica como me imitavas quando ficavas sem argumentos e as nossas conversas madrugada a dentro. aquele instante silencioso e intenso no momento em que cruzávamos o olhar. a maneira subtil como dizias as coisas que eu não queria ouvir. os encontros inesperados e até os desencontros que só aumentavam mais a expectativa. são estas coisas, estas pequenas coisas que me fazem ter tantas, mas tantas saudades de ti. "ainda te sinto em mim".

2 comentários:

Miri* disse...

Incrivel como o que outra pessoa escreve pode ter tudo a ver com o que tu própria sentes e vives...
Revi-me neste texto, neste sentimento.. nos gestos de outra pessoa mas que se tornam tão conhecidos que passam a ser nossos também..

Muito muito muito bom :D

Sofia disse...

Está tão bonito :/