segunda-feira, 15 de junho de 2009

Carta V

Tentei, sério que tentei... Tentei de todas as formas apagar-te de mim, passar uma borracha, um corrector, riscar, destruir tudo o que vivemos. O sofrimento era tal que tentei por todas as formas preencher com ruído aquele buraco enorme, aquele vazio aparentemente interminável que ficou depois de partires.

De olhos vidrados, vou-te observando, foto atrás de foto, memória atrás de memória. Se me perguntassem, juraria que é uma irritação o que tenho nos olhos, mas na realidade, é a tua falta, é a dor que sinto de não te ter aqui. Não deves saber, mas as imagens que ainda não consegui limpar de ti, cortam-me os pensamentos como relâmpagos, sem ordem ou direcção própria ou sequer destino, apenas milhares e milhares de imagens e momentos numa enxurrada destruidora de qualquer racionalidade ou sanidade mental.

Será que tens a mínima noção... será que te apercebes de como me fazes feliz quando simplesmente me sorris nas poucas vezes que nos vemos hoje em dia... e como me torturas quando me dizes olá na face?
Será que sentes... que me levas ao infinito quando me olhas daquela maneira de sempre, daquela, que só tu sabes como, ou quando me tocas "acidentalmente", ou ainda quando temos aqueles momentos de riso parvo e sem sentido tão nossos? E logo a seguir destruído quando me ignoras.

Será que já te apercebeste que és na realidade a minha vida e que não consigo, por muito que tente, viver longe de ti.Espero que sintas que hoje......hoje sinto-te novamente em mim.


Por Paulo.
Obrigada.
______________
Para participar com cartas (não) sentidas ver aqui.

9 comentários:

Jonnhy Doe disse...

Obviamente foi um prazer participar no teu desafio.

Obrigado por publicares :)

beijinho,
Paulo.

Nokas* disse...

Aqui está a perspectiva de um homem, o que é sempre agradavel de se ler, porque nao estava à espera de uma participaçao masculina aqui!

Mas esta carta parece-me um bocadinho sofrida, ainda ha muita coisa aqui por resolver, muito sentimento que vai demorar o seu tempo para passar.

Mas espero que tenha um happy ending se possivel!

S. C. R. disse...

Impressionante esta carta. Adorei. é o que costumo dizer, só escreve assim quem ama com o coração todo.
Grande beijo.
Parabens ao Autor da carta.

Jonnhy Doe disse...

Olá,

Obrigado :$ fico feliz por terem gostado :)

Beijo,
Paulo.

real republica disse...

Crisis? What crisis?...

Lila* disse...

=)

esta rubrica ta bombar!

:) disse...

Excelente.

Tinha dito que não iria participar, mas (já disse isto?) vou inventar uma(s) carta(s). :)

Pipoca dos Saltos Altos disse...

"O sofrimento era tal que tentei por todas as formas preencher com ruído aquele buraco enorme, aquele vazio aparentemente interminável que ficou depois de partires.", a estranha sensação do nada cheio de tudo.... Gostei muito

Jonnhy Doe disse...

Obrigado Pipoca,
Confesso andar meio sem inspiração, mas este texto até nem me saiu mal :)

Obrigado

Beijinho.