Carta XLVIII

Talvez tenha sido a melhor coisa que me aconteceu neste ano, talvez tenha sido a vida a pôr-me à prova de quais eram os meus limites a teu lado. E naquela altura, eu não punha limites ao que nós tínhamos mas tu criaste não só um limite, como acabaste tudo aquilo que era o nosso pequeno mundo. Embora, tenha sido pouco tempo existia uma grande cumplicidade entre nós.

Não vou dizer que não sinto saudades de estar ao teu lado, de te sentir perto de mim, ouvir a tua voz, ver-te a sorrir e olhar-te nos teus olhos, brincar contigo, dizer-te que és um puto estúpido, fazer-te a nossa brincadeira do “piano”, e sussurrar-te ao ouvido as palavras que também tenho saudades de ouvir, porque estaria a mentir se dissesse que não tinha. Tu ainda estás muito presente na minha vida, não como um amigo mas algo mais que isso.

Só de pensar que mais tarde ou mais cedo irás arranjar alguém – incomoda-me e dói. Não consigo imaginar outra pessoa no meu lugar. Sim, eu sei, que pediste para voltar só que já é tão tarde para continuar uma coisa que tu próprio puseste fim. E o tempo que eu esperei para receber uma mensagem a dizer isso, ou ver a tua janela do Messenger a piscar mas nada. Isso nunca aconteceu, quando acontecia tinha de ser eu a ir falar e continuavas com a mesma decisão. Agora que cada um tomou as suas decisões, estava na altura de eu seguir com a minha vida de uma vez por todas e deixar esta saudade partir ao sabor do vento, o pior é que todos os dias me lembro de ti. É irritante porque quanto mais eu quero esquecer a importância que tens, é quando mais me lembro de ti e do valor que tens na minha pequena vida.

Já te pus mil e um defeitos para não te falar, para te ignorar e até mesmo para te odiar – mas o que realmente sinto não deixa.

Por isso, vou ter de saber lidar com isto e esperar que o tempo cure aquilo que tu causaste dentro de mim quando terminaste.

Ainda te sinto em mim como se fosse no primeiro dia … “ Forever and a day… in the time of my life.”

Por Mil Pedaços.