sábado, 23 de maio de 2009

A minha vida dava um filme indiano - A adolescência

A minha adolescência, tal como a minha infância, foi normalzinha. Aliás, eu nunca fui de dar muitos problemas aos meus pais ou a quem quer que fosse. Ora bem, os sinais visíveis/físicos da minha adolescência apareceram muito tarde. As minhas mamas cresceram mais tarde do que as das minhas amigas e em menos quantidade. Mantêm-se até hoje! Não me lembro de ter aquelas paixões arrebatadoras da adolescência, em que se jurava que morríamos se nos separassem. Eu sempre achei que era muito nova para me apaixonar/prender a alguém. Só me lembro de me envergonhar quando diziam “aquele tal gosta de ti”. Aconteceu com o A. que me ofereceu um ramo gigante de rosas no meu aniversário e eu ignorei-o durante una bons dois anos. Ele a cair de amor por mim e eu a ignora-lo. Nunca percebi esta minha panca porque ele até era um rapaz inteligente e muito boa pessoa, coisa que só descobri quase, quase no fim do secundário, mas adiante. Cometi algumas loucuras, sim, porque era rodeada de gente meia louca. Nunca me arrependi. Foi nesta altura que comecei a “sair da casca” como diziam os meus amigos (porque até ai eu quase nem falava) e que descobri que toda a gente gostava de mim, que toda a gente me protegia. Eu era uma espécie de filha de todos, tinha uma cara de menina frágil e todos tinham um instinto de protecção gigante em relação a mim. E foi assim que o “inha” começou a estar sempre, sempre pegado ao meu nome. Até hoje.
Na adolescência, como toda a gente, andei aos beijos, óbvio, mas por mero acaso e eu nem gostava dele. Divertimo-nos um bocadinho, pronto e aconteceu mais porque alguém quis não porque nós quisemos (mais ele que eu! chegou a uma altura que o individuo estava bem entusiasmado e eu não). Até a terminar esta especie de aventura fui parva, alias, nem terminei nada, deixei, simplesmente, de lhe falar -mazinha que eu era. Também foi assim que descobri que era muito boa a guardar segredos, principalmente dos outros!
Fumei o meu primeiro cigarro e fiz a minha primeira directa mas, como era esperado, não apanhei a minha primeira bebedeira (muito atrasada eu, nestas coisas!). Era o tempo em que eu apanhava mocas de coca-cola ao domingo a tarde na casa de um coleguinha qualquer. Foi nesta altura que senti, pela primeira vez, que tinha amigos para a vida e já que não fazia juras de amor eterno a gajos, fazia-o aos meus amigos. Porque passávamos férias numa espécie de big brother, onde morávamos todos na mesma barraca/casa e dormíamos todos no mesmo quarto e passávamos horas a falar de tudo e de nada. Onde as noites e os dias eram praticamente a mesma coisa, onde fazíamos directas como se o mundo fosse acabar na semana a seguir e onde reinavam os sorrisos e olhares cúmplices e as histórias que nunca se tinham contado. Foi a melhor adolescência que eu podia ter tido. Não foi de grandes paixões mas foi de enormes amizades.

2 comentários:

Sophia disse...

É tão bom saber que encontraste amigos para a vida inteira na tua adolescência :') Eu já não me posso gabar de tal facto. Mas tive uns anos bonitos também :D

(L)

real republica disse...

que belo filme!!!!...mas...coimbra tem mais encanto!