quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Carta LXXX

Podia dizer que quero algo muito simples. E cheio de amor.  Mas depois percebo que não faço ideia. Percebo que não quero nada igual a ninguém. Que tudo o que vemos é igual a qualquer coisa. Vou apontando ideias, mas logicamente o tempo encarrega-se de as apagar. Mas este tempo em que não definamos nada e no entanto definimos tudo, vou percebendo que casar contigo, não será mais do que comemorar o nosso amor. E sei que será algo assim. Com velas. Com balões e bolas de sabão. Com folhas no chão. Com o vestido mais bonito de sempre. Com a tua barba. Com a música perfeita e escrita para nós. Que dançaremos sem ensaiar. Que vão estar poucas pessoas perto de nós. Só as que partilham o amor. E não haverá espaços para tios desconhecidos, e primos afastados. Não será servido o que os outros gostam de comer, mas o que nós os dois gostamos de comer. Não faltaram as caipirinhas, os amendoins com cerveja, a sangria e a sobremesa que adoras. Abusaremos dos chás. Uma caixa gira com muitos sabores. E compotas com queijo para acompanhar. E fotografias. Nossas. E pedia-te o Douro para ser ainda mais perfeito. Não precisas de usar fato. Traz só a tua barba, as sapatilhas e as calças largas. Eu vou usar e abusar dos saltos altos. Como tu gostas. E eu gosto. E vamos ter flores. Vamos ter uma igreja [a minha, que é a mais bonita de todas] cheia de flores. Escolhidas a dedo por nós. Com significados, como o primeiro ramo que me deste. E tu sabes que não haverá um fim para o dia do nosso casamento. Sabes que ele será uma daquelas memórias que eu não quero que seja manchada ou tenha pó. Teremos fotografias nossas e eu usarei aquele vestido quando as saudades apertarem. E quando não ficares satisfeito, torno-te a dizer as palavras. Os votos. Os nossos. Os motivos. O amor. A felicidade absurda. Quanto mais dias riscamos, mais saudades eu tenho deste casamento. Esta contagem que ainda vai a meio e que nos vai fazer tão felizes. Esta felicidade que podia resumir-se a este sonho, ao concretizar, mas que se resume unicamente aos teus olhos verdes e ao meu coração preso a eles*
Pela minha querida Lila
[quem me dera escrever assim.]

4 comentários:

Vera disse...

Eu já tinha lido o final no blogue, há uns dias. Esta carta é tão bonita. Parabéns*

Merenwen disse...

Que bom deve ser ter um amor assim.

Pedacinhos de mim disse...

Adorei ler esta tua história de amor, este teu texto cheio de sentimento. Um beijo :)*

Lila* disse...

=)*