segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Carta XIII

R.,

(Havia muita coisa que queria dizer-te antes disto, mas vou usar a cobardia que sempre foi tua, se me permites, e vou despedir-me assim, com um simples post-it que vou colar na parte exterior do meu, e do teu, coração.)
Não queria deixar de te sentir. Juro. A tua vida sempre foi um exemplo para mim; sempre me mostraste, com as tuas atitudes pouco dignas e pouco humanas, o que nunca devo fazer. Sempre soubeste tornar-me, com os teus erros, uma pessoa maior, mais tolerante e mais compreensiva. Queria agradecer-te, também, por todo o mal que me fizeste; tornei-me uma pessoa mais atenta ao que me rodeia e intensifiquei tudo aquilo em que acreditava. Obrigada ainda por, durante muitos dias, me teres destruído; aprendi a ser forte e a erguer-me, desde o chão, com as minhas mãos, depois com os joelhos e com o corpo todo, num impulso da alma, sempre sozinha. (obrigada por me provocares impulsos alma.) Não terá havido muita gente na minha vida que me fez crescer tanto como tu, que me mudou, que me tornou a mulher intocável que sou hoje. Bem sei que pode parecer ingrato da minha parte, e desculpa por isso, mas foi hoje o dia em que deixei de te sentir em mim, mas prometo-te, de prometer, que nunca esquecerei o que me ensinaste. Que nunca esquecerei o que me ensinaste.
Por Frida.
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Obrigada à Frida.
E continuem a mandar cartas (não) sentidas. Ver mais aqui.

4 comentários:

Nuvem disse...

Linda
uma carta assim é o que podia mandar eu a uma pessoa que cá sei ;)
adorei!!!

jagga disse...

Duro... Bastante duro... bom... sincero.. parabéns Frida.

:) disse...

Ficou muito fixe. Sempre a tirar o positivo do negativo. Curti a imagem do post-it.

Soraia Silva disse...

infelizmente sao sempre as coisas más que nos fazem crescer muito mais depressa...
sao com a scoisas más que nos sentimos ainda maiores, melhores, seguras, corajosas, independentes...

e se todos os males nos fizessem crescer assim tanto, talvez nao fosse assim tao mau passar por momentos menos bons.
se afinal com os bons so estamos a entreter as coisas...

beijo