Hoje estava a caminhar cheia de roupa e com o casaco mais grosso que encontrei no armário pela manhã e só consegui pensar que está mais do que na hora de eu procurar bikinis.
E assim, sem uma pessoa dar por isso porque anda distraída e cansada e atarefada, o blogue fez quatro anos. E isto tem tanto da minha vida. Sou mais ciumenta, possessiva, exagerada, indecisa e dramática do que era há quatro anos atrás mas continuo a ser boa pessoa. Juro. E mudei tanto e sei tantas coisas novas e gosto tanto de pessoas e de sítios e está (quase) tudo aqui neste diário, onde, afinal, se sente tudo e muito.
E como este blogue nasceu em Barcelona e Barcelona só me faz lembrar esta que foi a primeira música que ouvi quando lá cheguei, aqui fica, como agradecimento a todos vocês que continuam a passar por cá mesmo quando eu acho que isto está uma seca. Parabéns a nós!
Entretanto ontem tive cerca de cinco minutos dentro de uma casa do Futebol Clube do Porto. Vou-me lavar abundantemente com água e sabão nos próximos dias.
Afinal não me casei. Mas acho, cada vez mais, que era menina de ouvi-lo cantar durante dias e dias a fio, sem parar. Foi perfeito o raio do concerto. E o Tiago tem um sentido de humor apuradíssimo. E é tão fofo.
Isto, afinal, não é mesmo só e apenas uma gripe ou constipação. É todo um drama. Tenho o meu nariz completamente entupido, tenho uma dor de cabeça que nunca-nunca-nunca acaba e passo a vida com as minhas bolsas lacrimais a rebentar pelas costuras - é o frio, é o vento a passar nos olhos, são os filmes, são as séries, são as pessoa. Quase não durmo, levei dois murros nos olhos bem valentes e tenho o meu nariz em ferida. Podia ser pior? Para mim, que só estou doente de três em três anos, não, não podia ser pior.
Não acho que seja gripe isto que me anda a atacar todos os dias, aos bocadinhos. É um fantasma, um mal, uma alma penada. Só pode. E gosta muito de dormir.
Porque, no fundo, tudo aquilo de que precisas é um corpo para respirar e um mundo para viver. Pode ser uma merda, pode não valer a ponta de um corno. Mas é o mundo: o teu mundo. Aproveita-o. E respira. Até que te falte a respiração.